quinta-feira, 11 de junho de 2015

Pro seu Ódio Eu Só Tenho Amor!

Olá meu povo, passei alguns minutos na frente do computador tentando organizar os pensamentos acerca desse momento de ''transformações'' na cultura do povo brasileiro, as vezes presenciamos tantas coisas no dia-a-dia que perdemos a esperança na humanidade, desde preconceito quanto a cor do seu cabelo à ódio pelo outro por ter determinada orientação sexual.

Estava eu ontem numa entrevista de emprego, e a entrevistadora perguntou se eu me importaria em escurecer meu cabelo. Ok, eu entendo que numa empresa privada os funcionários devem seguir um padrão de acordo com o cargo etc, mas não satisfeita com essa pergunta, eu questionei a entrevistadora se alguém já havia reclamado ou dado uma conotação negativa quanto ao cabelo colorido das funcionárias, e ela disse que não, apenas a chefe das funcionárias achava vermelho muito chamativo. Percebe-se a discriminação, pois meu cabelo nem está tão vermelho assim, e vamos combinar que hoje o vermelho é uma cor comum, como o castanho ou o loiro, e se eu fosse ruiva natural? eu não seria contratada por ter um cabelo chamativo? Fiquei muito triste e me retirei da sala, pois me sujeitar a isso só alimentaria esse tipo de postura antiética da empresa. 

Casos recentes como o da mulher transsexual que chocou o país sendo crucificada na 19ª Parada do Orgulho LGBT, me fizeram refletir: Por que o fato de ser uma mulher trans sendo crucificada chocou tanto? E se fosse uma mulher cisgênero? Teria chocado tanto quanto a atriz Viviany Beleboni? A resposta meus amigos certamente será não. Penso que, o fato de ter chocado tanto é porque segundo os olhares cristãos qualquer pessoa que não siga o padrão (heterossexual), possui alguma entidade maligna dentro de si ou é uma pessoa totalmente pecaminosa e suja, daí o caso de termos tantas críticas à encenação da atriz, quando sabemos que vários artistas já usaram símbolos sacros para representar qualquer protesto. 

Aí no outro dia lendo as notícias, me deparo com essa: '' “Cristofobia”: um novo tipo de preconceito que pode se tornar crime hediondo'', outra coisa que me faz ficar desmotivada e triste é uma parcela da sociedade (maioria) que já tem direitos e não precisa lutar pra vencer qualquer preconceito ou causa, querer se igualar às minorias que sofrem diariamente, por serem marginalizadas e pelas leis não se estenderem a eles. Ontem em sala de aula presenciei algo muito triste, eu não acreditei no que estava ouvindo, estávamos numa aula de Sociologia, e a própria professora disse que a Parada do Orgulho LGBT é apolítico, e é apenas um ''carnaval'' onde as pessoas vão para se divertir, uma colega de classe estudante de Psicologia pra completar, disse várias palavras de cunho preconceituosos. 

Pra vocês verem, mesmo na Universidade não estamos livres da ignorância e desrespeito, lembro-me que uma vez ainda na faculdade de Filosofia, um professor ofendeu uma colega trans, dizendo-a que a mesma não era mulher, pois não tinha passado pelo processo de mudança de sexo. Eu prontamente falei que não se tratava do sexo em si, mas sim do sexo psicológico, uma vez que sexo biológico não pode definir a identidade de uma pessoa. Gente esse professor é Doutor em Filosofia, e essas pessoas que cometeram erros falando atrocidades já tem mais de uma graduação, pra vocês terem uma noção, o preconceito está presente independente de grau educacional, devemos desconstruir esses conceitos, eu como futura Psicóloga sinto que meu dever na sociedade é esse. 

UFFAA! em fim, desculpem por ter me alongado tanto, é que não tinha como escrever apenas um texto pequeno, me sinto mais aliviada por ter compartilhado isso com vocês, espero que leiam e comentem ou compartilhem <3 

Fiquem na paz! 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Desenvolvido por: Gabriela Charbe | Todos os direitos reservados.